- 22 de mar. de 2020
Atualizado: 25 de mar. de 2020

Por não saber o que fazia, por não saber que, independentemente da sua vontade, estava conectada com o outro, por buscar ansiosamente, apenas o seu próprio conforto, a humanidade caminhava para a sua destruição.
Agora que, forçosamente, precisou parar, olhar ao redor, olhar o outro, a humanidade, ou seja, NÓS - vocês e eu, fomos obrigados a perceber: estamos conectados.
Os dias de hoje já não permitem mais dúvidas: somos um sistema complexo, longe do equilíbrio e que se relaciona em rede. De forma direta ou indireta, com mais ou menos poder, somos resultado e geradores ao mesmo tempo, do contexto em que vivemos. Por isso, mesmo que de maneira apressada (e um pouco atrasada) já não podemos deixar de atestar: estamos conectados e envolvidos em uma relação de corresponsabilidade.
A forma como nos movimentamos nessa conexão, poderá produzir saúde ou sofrimento, vida ou morte. Não podemos mais seguir com uma visão egocêntrica e linear do mundo. Ela nos afasta da realidade e do coletivo, assim como da percepção do impacto que a conexão com o outro tem sobre nossas vidas. Estamos todos conectados.
Ao destruir o outro para sobreviver, morre-se junto. Ao auxiliar o outro a viver, vive-se junto. A pergunta que nos cabe em tempos tão difíceis, e que poderá ser o produto das mais variadas formas de quarentenas que iremos nos impor nos próximos dias, é: qual a direção que iremos dar às nossas conexões?
Claudia Sigaran